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quarta-feira, 18 de novembro de 2015

O Território Chapada Diamantina - BA


O Território Chapada Diamantina - BA abrange uma área de 30.921,00 Km² e é composto por 24 municípios: Boninal, Bonito, Ibicoara, Iraquara, Jussiape, Lençóis, Mucugê, Nova Redenção, Piatã, Abaíra, Andaraí, Barra da Estiva, Ibitiara, Itaeté, Marcionílio Souza, Morro do Chapéu, Novo Horizonte, Palmeiras, Rio de Contas, Seabra, Souto Soares, Tapiramutá, Utinga e Wagner.
A população total do território é de 376.467 habitantes, dos quais 189.114 vivem na área rural, o que corresponde a 50,23% do total. Possui 36.876 agricultores familiares, 3.590 famílias assentadas e 38 comunidades quilombolas. Seu IDH médio é 0,63.
Fonte: Sistema de Informações Territoriais (http://sit.mda.gov.br).

O Território Semi-árido Nordeste II - BA




O Território Semi-árido Nordeste II - BA abrange uma área de 16.056,70 Km² e é composto por 18 municípios: Antas, Cícero Dantas, Cipó, Coronel João Sá, Euclides da Cunha, Fátima, Heliópolis, Jeremoabo, Pedro Alexandre, Ribeira do Amparo, Ribeira do Pombal, Santa Brígida, Adustina, Banzaê, Nova Soure, Novo Triunfo, Paripiranga e Sítio do Quinto.
A população total do território é de 407.964 habitantes, dos quais 224.676 vivem na área rural, o que corresponde a 55,07% do total. Possui 55.761 agricultores familiares, 668 famílias assentadas, 3 comunidades quilombolas e 3 terras indígenas. Seu IDH médio é 0,58.
Fonte: Sistema de Informações Territoriais (http://sit.mda.gov.br).

terça-feira, 17 de novembro de 2015

TERRITÓRIO DO SISAL

Território do Sisal, mais conhecido como região Sisaleira da Bahia, está localizado no domínio morfoclimático do semiárido, o nordeste do estado, a pouco mais de 200 km de Salvador (Figura 01). O Território da Cidadania Do Sisal - BA abrange uma área de  21.256,50 Km² e é composto por 20 municípios: Monte Santo, Nordestina, Queimadas, Quijingue, Serrinha, Teofilândia, Valente, Barrocas, Biritinga, Conceição do Coité, Ichu, Lamarão, Retirolândia, Santaluz, São Domingos, Tucano, Araci, Candeal, Cansanção e Itiúba, com uma população de 570.720 habitantes, sendo 58.238 agricultores familiares, 2.482 famílias assentadas, 2 comunidades quilombolas e 1 terra indígena.

Municípios do território do Sisal com os MELHORES IDHM, dados de 2010 - IBGE.
1° São Domingos (0,640)
2° Valente (0,637)
3° Retirolândia (0,636)
4° Serrinha (0,634)
Municípios do território do Sisal com os PIORES IDHM, dados de 2010 - IBGE.
1° Monte Santo (0,506)
2° Lamarão (0,518)
3° Araci (0,534)
4° Biritinga (0,538)
A atividade econômica do Território do sisal gira em torno da agropecuária, indústria e mineração. A agropecuária se destaca em função da produção de sisal (Agave sisalana Pierre), caprinos, ovinos e bovinos, além de culturas e criações de subsistência. O produto interno bruto do Território representou, em 2007, 1,68% do PIB baiano.

Segundo informações da Superintendência de Estudos Econômicos da Bahia – SEI, 63 % da população do Território vivem na zona rural e, entre os territórios de identidade do Estado, apresenta o terceiro pior índice de desenvolvimento humano (médio) – 0,589.

Localizado na região semiárida do Estado, as principais vias de acesso, partindo da capital do Estado, Salvador é a BR 324 e 116, em seguida a BA 416 e 405. Os primeiros municípios localizam-se aproximadamente a 200 km da capital.O Território do sisal tem como principal atividade econômica da região, o cultivo do sisal. Cultura esta que, desde a década de 40, é explorada comercialmente gerando emprego e renda.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

ALBEDO

É comumente dado em porcentagem, que se caracteriza pela capacidade de que os corpos apresentam de refletirem a radiação solar que sobre eles incide. O Albedo varia de acordo com a cor e constituição que o corpo representa. Assim, será máximo nos corpos brancos e mínimos nos corpos pretos. (MENDONÇA, 2007, p.35).
O Albedo geralmente aplica-se a luz visível, embora possa envolver alguma porção da região infravermelha do espectro eletromagnético. Entende-se o conceito de baixo albedo intuitivamente, no dia-a-dia, quando a pessoa evitar andar descalço no asfalto em um dia quente de verão.
Ele também pode ser definido como a razão entre a irradiância eletromagnética refletida (de forma direta ou difusa) e a quantidade incidente. É uma medida adimensional, isto é, sem unidades. A razão costuma ser apresentada por percentagem e é um importante parâmetro radiométrico utilizado tanto em ciências atmosféricas, climatologia, Sensoriamento remoto e em astronomia.
A variabilidade do albedo pode ser explicada pelo uso do solo ou pela composição das superfícies. Assim a neve tem um dos maiores índices de albedo, devido à sua superfície ser branca, o que reflete de maneira eficiente os raios solares incidentes. Já o asfalto tem uma dos menores índices de albedo devido a sua coloração. Isso faz com que ambientes urbanos sejam muito desconfortáveis termicamente.
QUADRO DOS ALBEDOS
Ambiente
Tipos de superfície
(%)
Exemplos
ALBEDOS
Floresta
3 – 10
Floresta Amazônica - Brasil
Areia
15 – 25
Deserto do Atacama - Chile
Oceano
5 – 10
Oceano Atlântico – América, África e Europa.
Asfalto
5 – 10
Av. Transnordestina – Feira de Santana
Nuvens (média)
50 – 55
Atmosfera
Solo Arável
10 – 25
Agricultura, Campinas – São Paulo
Campo
20 – 30
Campos Sulinos – Rio Grande do Sul, Brasil
Espaços Urbanos
14 – 18
A Cidade de São Paulo
Lagos
5 – 10
Lago do Portinho – Piauí
Gelo
50 – 70
Cordilheira dos Andes – América do Sul

O POSITIVISMO COMO FUNDAMENTO DA GEOGRAFIA TRADICIONAL

Apesar do elevado numero de definições de objeto existentes na reflexão geográfica, é possível apreender-se uma continuidade neste pensamento. Esta advém, principalmente, do fundamento comum de todas as correntes da Geografia Tradicional sobre as bases do positivismo. É nesta concepção filosófica e metodológica que os geógrafos vão buscar suas orientações gerais (as que não dizem respeito especificamente à Geografia).

 Os postulados do positivismo (aqui entendido como o conjunto das correntes não-dialéticas) vão ser o patamar sobre o qual se ergue o pensamento geográfico tradicional, dando-lhe unidade. Uma primeira manifestação dessa filiação positivista está na redução da realidade ao mundo dos sentidos, isto é, em circunscrever todo trabalho científico ao domínio da aparência dos fenômenos.
 Assim, para o positivismo, os estudos devem restringir-se aos aspectos visíveis do real, mensuráveis, palpáveis. Como se os fenômenos se demonstrassem diretamente ao cientista, o qual seria mero observador. Daí a limitação de todos os procedimentos de análise à introdução, posta como a única via de qualquer explicação científica. Tal postura aparece na Geografia através da desgastada máxima – “A Geografia é uma ciência empírica, pautada na observação” – presente em todas as correntes dessa disciplina. Em primeiro lugar, coloca-se algo que é comum a todas as ciências – o referir-se ao real – como um elemento de especificidade da Geografia. E mais, numa visão empobrecedora da realidade, reduz-se esta a mero empirismo. 
A descrição, a enumeração e classificação dos fatos referentes ao espaço são momentos de sua apreensão, mas a Geografia Tradicional se limitou a eles; como se eles cumprissem toda a tarefa de um trabalho científico. E, desta forma, comprometeu estes próprios procedimentos, ora fazendo relações entre elementos de qualidade distinta, ora ignorando mediações e grandezas entre processos, ora formulando juízos genéricos apressados. E sempre concluindo com a elaboração de tipos formais, a-históricos e, enquanto tais, abstratos (sem correspondência com os fatos concretos). Esta concepção, presente em todas as definições apresentadas, emperrou a possibilidade de chegar a Geografia a um conhecimento mais generalizador, que não fosse à custa do formalismo tipológico. Enfim, de que ele ultrapassasse a descrição e a classificação dos fenômenos. Por esta razão, a Geografia Geral, tão almejada pelos geógrafos, na prática sempre se restringiu aos compêndios enumerativos e exaustivos, de triste memória para os estudantes do secundário. Outra manifestação da filiação positivista, também traduzida numa máxima geográfica, é a idéia da existência de um único método de interpretação, comum a todas as ciências, isto é, a não- aceitação da diferença de qualidade entre o domínio das ciências humanas e o das ciências naturais. 
Tal método seria originário dos estudos da natureza, as ciências mais desenvolvidas, pelas quais as outras se deveriam orientar. Esta concepção, que incide na mais grave naturalização dos fenômenos humanos, se expressa na onipresente afirmação: “A Geografia é uma ciência de contato entre o domínio da natureza e o da humanidade”. Postura esta que serviu para tentar encobrir o profundo naturalismo, que perpassa todo o pensamento geográfico tradicional. O homem vai aparecer como um elemento a mais da paisagem, como um dado do lugar, como mais um fenômeno da superfície da Terra. Apesar de algumas vezes valorizado nas introduções dos estudos, no corpo do trabalho acaba reduzido a um fator, num conjunto de fatores. Daí a Geografia a falar sempre em população (um conceito puramente numérico), e tão pouco em sociedade. Na verdade, a Geografia sempre procurou ser uma ciência natural dos fenômenos humanos. Isto se expressa, por exemplo, na colocação de J. Brunhes de que, para a Geografia, a casa (como elemento fixo da paisagem) tem maior importância do que o morador. Ou, na afirmação de C. Vallaux, de que o homem importa, para a análise geográfica, por ser um agente de modelagem do relevo, por sua ação como força de erosão. Tal perspectiva naturalizante aparece com clareza no fato de buscar esta disciplina a compreensão do relacionamento entre o homem e a natureza, sem se preocupar com a relação entre os homens. Desta forma, o especificamente humano, representado nas relações sociais, fica fora do seu âmbito de estudos.
 Assim, a unidade do pensamento geográfico tradicional adviria do fundamento comum domado ao positivismo, manifesto numa postura geral, profundamente empirista e naturalista. Outra idéia, presente em todas as definições apresentadas, que indiretamente se vincula a este fundamento, está traduzida na máxima: “A Geografia é uma ciência de síntese”. Esta concepção alimenta-se no afã classificatório do positivismo, sempre às voltas com uma hierarquização das ciências. No caso, revelando enorme imodéstia, tornar-se-ia a Geografia como a culminância do conhecimento cientifico, isto é, como a disciplina que relacionaria e ordenaria os conhecimentos, produzidos por todas as demais ciências. Seria uma especificidade mesmo de fenômenos que compõem o real, num leque que abrangeria, desde aqueles tratados pela Física, até os do domínio da Economia ou da Antropologia. Assim, tudo entraria na análise geográfica, que desta forma tenderia a ser exaustiva em termos dos elementos abarcados.

Tudo aquilo que interfere na vida da superfície da Terra seria passível de integrar o estudo; para se ter uma idéia de quão abrangente pode ser esta concepção, basta lembrar a afirmação de Humboldt de que os homens se relacionam com os fenômenos celestes através da luz e da gravitação. Esta concepção atribui à Geografia um caráter anti-sistemático, que a distinguiria das demais ciências, sendo por excelência um conhecimento sintético, que unificaria os estudos sistemáticos efetuados pelas demais ciências. Na verdade, a idéia de “ciência de síntese” serviu para encobrir a vaguidade e a indefinição do objeto. Tal idéia, que postulava um conhecimento excepcional, desvinculava tal ciência de uma exigência do próprio positivismo – a definição precisa do objeto de estudo. Assim, esta máxima serviu para legitimar o estudo geográfico com base num fundamento, do qual não se cumpriria uma exigência central. Além de se apoiar nestas, a continuidade do pensamento geográfico também se sustentou à custa de alguns princípios elaborados no processo de constituição dessa disciplina, e tidos como inquestionáveis. Estes princípios, formulados a partir da pesquisa de campo, seriam conhecimentos definitivos sobre o universo da análise, que o geógrafo não poderia deixar de lado em seus estudos. Atuam assim como regras de procedimento, e por esta razão forneceram um elemento de unidade para a Geografia. A saber, são eles, para ficar apenas nos mais expressivos: O “princípio da unidade terrestre” – a Terra é um todo, que só pode ser compreendido numa visão de conjunto; o “princípio da individualidade” – cada lugar tem uma feição, que lhe é própria e que não se reproduz de modo igual em outro lugar; o “princípio da atividade” – tudo na natureza está em constante dinamismo; o “princípio da conexão” – todos os elementos da superfície terrestre e todos os lugares se inter- relacionam; o “princípio da comparação” – a diversidade dos lugares só pode ser apreendida pela contraposição das individualidades; o “princípio da extensão” – todo fenômeno manifesta-se numa porção variável do planeta; o “princípio da localização” – a manifestação de todo fenômeno é passível de ser delimitada. Estes princípios atuaram como um receituário de pesquisa, definindo regras gerais, no trato com o objeto, que, não podiam ser negligenciadas. De certo modo, definiam os traços que faziam um estudo aceito como de Geografia. Deve-se ressaltar que a idéia de princípio é bastante cara ao pensamento positivista, o que reafirma o juízo de que a Geografia deve sua unidade a um fundamento comum com esta corrente filosófica. No mais, a atitude principista restringiu uma verdadeira discussão de metodologia, dando margem para a diversidade de posições também nesse nível. A generalidade dos princípios permitia que posicionamentos metodológicos antagônicos convivessem em aparente unidade. As máximas e os princípios são os responsáveis pela unidade e continuidade da Geografia. Ambos veiculam formações de um nível bastante elevado de generalidade e vaguidade, permitindo que se englobem em seu seio propostas díspares e mesmo antagônicas. Tal fato enseja os dualismos que perpassam todo o pensamento geográfico tradicional: Geografia Física – Geografia Humana, Geografia Geral – Geografia Regional, Geografia Sintética – Geografia Tópica e Geografia Unitária – Geografias Especializadas. Estas dualidades afloram, no trabalho prático de pesquisa, em vista da não-resolução do problema do objeto, ao nível teórico. As soluções propostas são, na maior parte dos casos, puramente formais (lingüísticas), e se diluem na pesquisa de campo. Nesta, ou se dá ênfase aos fenômenos humanos, ou aos naturais; ou se trabalha com uma visão global do planeta, ou se avança na busca da individualidade de um dado lugar; ou se analisa a um nível superficial a totalidade dos elementos presentes, ou se aprofunda o estudo apenas duma classe de elementos. Enfim, a prática de pesquisa força as opções claras, que a indefinição do objeto e a vaguidade e generalidade dos princípios e máximas deixaram em aberto. Estas dualidades perseguem a Geografia Tradicional, como uma sombra. As máximas e os princípios vão sendo incorporados e transmitidos, no pensamento geográfico, de uma forma não-crítica. Isto é, são tomados como afirmações verdadeiras, que em momento nenhum são questionadas. Tal fato decorre de serem tais afirmações o patamar dos estudos geográficos, o qual, apesar de frágil, fornece a única sustentação da autoridade e legitimidade desta disciplina. Se questionado e contestado esse apoio, viria a ruir o edifício geográfico. Assim, a assimilação acrítica das máximas e princípios teria por função evitar que se rompesse a autoridade da Geografia, para isto não questionando a fragilidade de suas formulações. Tal prática se apóia na defesa de posições assentadas, no receio às inovações e na falta de perspectiva. Porém, tudo isso dissimulado sob a capa da tradição. A repetição constante das máximas e princípios vai-lhes dando um tom de verdade consuetudinária; fetichizam-se, adquirem ares de legitimidade. No limite, são assimilados, pelos autores menos críticos e por aqueles que se encontram às voltas com a pesquisa empírica, de forma automática, sem uma avaliação detalhada, e mesmo sem consciência de seus fundamentos implícitos. Por isso as dualidades se mantêm, e se reproduzem. De todas estas razões, surgem as dificuldades para qualquer um que se proponha a explicar o que é a Geografia. E, mesmo assim, sem se haver penetrado no movimento de renovação da Geografia, empreendido a partir dos anos sessenta, o qual engendra uma série de novas definições, além de abrir a possibilidade para outras tantas. Este, colocando perspectivas de fundamentação fora do positivismo clássico (a Fenomenologia, o estruturalismo, o neo-positivismo, e o marxismo, entre outras), abre à discussão geográfica caminhos até então nunca trilhados, o que vai multiplicar as dificuldades existentes para definir a matéria tratada por esta disciplina. Na verdade, as máximas, os princípios e, principalmente, o trabalho de pesquisa, engendrado em anos de atividades (quase dois séculos de Geografia), acabam por constituir um temário geral, ao qual se associa a designação de Geografia. Isto só facilita em parte a tarefa de definir esta disciplina, pois fornece uma indicação genérica e implícita da matéria por ela tratada. Serve mais para dizer o que não é Geografia, do que para definir-lhe o objeto. O temário realiza a circunscrição mais abrangente do domínio do conhecimento geográfico. É ele que, apesar de constituído no período da Geografia tradicional, é mantido pelo movimento renovador, criando um elo entre os produtos destes dois pensamentos. Entretanto, como já foi mencionado, este temário é implícito. E, mais ainda, só se manifesta substantivado nas propostas teóricas e nos trabalhos empíricos desenvolvidos. Assim, sua fluidez não lhe permite ser a definição do objeto em si. Caso se tentasse assim proceder, reeditar-se-ia a vaguidade das definições positivistas da Geografia tradicional. Pelo temário geral da Geografia, essa disciplina discute os fatos referentes ao espaço e, mais, a um espaço concreto finito e delimitável – a superfície terrestre. Só será geográfico um estudo que aborde a forma, ou a formação, ou a dinâmica (movimento ou funcionamento) , ou a organização, ou a transformação do espaço terrestre. Qualquer tentativa de explicitar ou precisar estes enunciados redundaria em “mais uma definição formal”, que limitaria a generalidade e a vaguidade do temário, à custa de uma proposta parcial, que deixaria de lado algumas perspectivas. Seria vã toda tentativa de buscar um consenso, que não fosse vago. A impossibilidade de existir um conteúdo consensual na Geografia está no fato de o temário geral se substantivar em propostas apoiadas em concepções de mundo, em metodologias e em posicionamentos sociais diversificados, e muitas veze antagônicos. As várias definições do objeto geográfico refletem (e refletirão sempre) o temário geral, filtrado à luz de posicionamentos sociais (políticos, ideológicos e científicos) diferenciados. Só através d omito da ciência asséptica, supra-ideológica, “que paira acima das paixões”, seria possível pensar uma definição de objeto consensual. Sendo a sociedade de classes, logo conflituosa, e sendo as ciências expressões dessa sociedade, como esperar que nelas reine a harmonia? Os métodos de interpretação expressam posicionamentos sociais, ao nível da ciência. A existência da diversidade metodológica expressa o conflito, que reina numa sociedade de classes. À luta de classes corresponde a luta ideológica, que tem, no domínio do conhecimento científico, seu palco privilegiado. A Geografia, aceitando-se este rótulo como o que nomina os estudos abarcados pelo temário geral apresentado, sendo também uma emanação da prática social, não escapa a esse quadro. Toda tentativa de definir o objeto geográfico, que não leve em conta esta realidade, é dissimuladora, ideológica. As diferenciadas propostas veicularão sempre conteúdos e interesses da classe. Sendo a estrutura de classes contraditória, as propostas serão necessariamente antagônicas. Frente a estas razões, a pergunta – o que é Geografia? – adquire uma conotação nova. Escapa-se do plano da abstração, quando se aceita que existem tantas Geografias quanto forem os métodos de interpretação. E mais, que Geografia é apenas um rotulo, referido a um temário geral. E que este só se substantiva através de propostas orientadas por métodos, que expressam posicionamentos sociais. Assim, o que é Geografia dependerá da postura política, do engajamento social, de quem faz Geografia. Assim, existirão tantas Geografias, quantos forem os posicionamentos sociais existentes. Dessa forma, explicar o que é Geografia, passa a ser a explicitação do conteúdo de classes subjacente a cada proposta. Assim, cabe realizar uma breve história crítica do pensamento geográfico, enfatizando os interesses e as tarefas veiculadas por esta disciplina. Um geógrafo militante já disse que “a Geografia é uma prática social referida ao espaço terrestre”, a qual pode ser de dominação (como tem sido na maioria das vezes), mas também de libertação. Por isso, cabe também realizar um inventário da discussão geográfica recente, analisando as propostas surgidas após o movimento de renovação. E, através dessas, identificar os agentes e as práticas sociais referidas ao espaço em jogo na atualidade. Em outras palavras, investigar o estágio da luta ideológica, desenvolvida nesse campo de debate específico, que é a Geografia. E mais, em função desta luta, propor direcionamentos gerais, que permitam pensar esta disciplina como instrumento de uma prática libertadora.

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quinta-feira, 4 de abril de 2013

Capitalismo

O capitalismo é um sistema econômico em que os meios de produção e distribuição são de propriedade privada e com fins lucrativos; decisões sobre oferta, demanda, preço, distribuição e investimentos não são feitos pelo governo, os lucros são distribuídos para os proprietários que investem em empresas e os salários são pagos aos trabalhadores pelas empresas. É dominante no mundo ocidental desde o final do feudalismo.[1] O termo capitalismo foi criado e utilizado por socialistas e anarquistas (Karl Marx, Proudhon, Sombart) no final do século XIX e no início do século XX, para identificar o sistema político-econômico existente na sociedade ocidental quando se referiam a ele em suas críticas, porém, o nome dado pelos idealizadores do sistema político-econômico ocidental, os britânicos John Locke e Adam Smith, dentre outros, já desde o início do século XIX, é liberalismo.[2][3]
Alguns definem o capitalismo como um sistema onde todos os meios de produção são de propriedade privada, outros o definem como um sistema onde apenas a "maioria" dos meios de produção está em mãos privadas, enquanto outro grupo se refere a esta última definição como uma economia mista com tendência para o capitalismo. A propriedade privada no capitalismo implica o direito de controlar a propriedade, incluindo a determinação de como ela é usada, quem a usa, seja para vender ou alugar, e o direito à renda gerada pela propriedade.[4] O capitalismo também se refere ao processo de acumulação de capital. Não há consenso sobre a definição exata do capitalismo, nem como o termo deve ser utilizado como categoria analítica.[5] Há, no entanto, pouca controvérsia que a propriedade privada dos meios de produção, criação de produtos ou serviços com fins lucrativos num mercado, e preços e salários, são elementos característicos do capitalismo.[6] Há uma variedade de casos históricos em que o termo capitalismo é aplicado, variando no tempo, geografia, política e cultura.[7]
Economistas, economistas políticos e historiadores tomaram diferentes perspectivas sobre a análise do capitalismo. Economistas costumam enfatizar o grau de que o governo não tem controle sobre os mercados (laissez faire) e sobre os direitos de propriedade. A maioria[8][9] dos economistas políticos enfatizam a propriedade privada, as relações de poder, o trabalho assalariado e as classes econômicas.[10] Há um certo consenso de que o capitalismo incentiva o crescimento econômico,[11] enquanto aprofunda diferenças significativas de renda e riqueza. O grau de liberdade dos mercados, bem como as regras que definem a propriedade privada, são uma questões da política e dos políticos, e muitos Estados que são denominados economias mistas.[10]
O capitalismo como um sistema intencional de uma economia mista desenvolvida de forma incremental a partir do século XVI na Europa,[12] embora organizações proto-capitalistas já existissem no mundo antigo e os aspectos iniciais do capitalismo mercantil já tivessem florescido durante a Baixa Idade Média.[13][14][15] O capitalismo se tornou dominante no mundo ocidental depois da queda do feudalismo.[15] O capitalismo gradualmente se espalhou pela Europa e, nos séculos XIX e XX, forneceu o principal meio de industrialização na maior parte do mundo.[7] As variantes do capitalismo são: o anarco-capitalismo, o capitalismo corporativo, o capitalismo de compadrio, o capitalismo financeiro, o capitalismo laissez-faire, capitalismo tardio, o neo-capitalismo, o pós-capitalismo, o capitalismo de estado, o capitalismo monopolista de Estado e o tecnocapitalismo.


sábado, 15 de dezembro de 2012

ESTRUTURA E FORMAÇÃO DA TERRA




GEOGRAFIA FÍSICA

A LITOSFERA E O RELEVO TERRESTRE

A Terra se formou há mais ou menos 4,5 bilhões de anos. Ao longo desse tempo, ela sofreu inúmeras transformações. O estudo dessa evolução da Terra é tarefa da geologia, uma ciência muito importante para a geografia física.


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A geologia divide o tempo de existência da Terra em eras geológicas, que duram milhares de anos, havendo algumas que duraram até milhões de anos.


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Para estudar a longa vida de nosso planeta, conhecida como tempo geológico, dividiu-se o tempo em unidades chamadas eras. As eras, por sua vez, foram divididas em períodos, e os períodos em épocas. Poder-se-ia comparar as eras, períodos e épocas aos anos, meses e semanas de nosso tempo. Cada era se caracteriza pela forma como se encontravam distribuídos os continentes e os oceanos, e pelo tipo de organismos que neles viviam. As eras geológicas são: Pré-Cambriana (a mais antiga), Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica (a mais recente). Para estudar a longa vida de nosso planeta, conhecida como tempo geológico, dividiu-se o tempo em unidades chamadas eras. As eras, por sua vez, foram divididas em períodos, e os períodos em épocas. Poder-se-ia comparar as eras, períodos e épocas aos anos, meses e semanas de nosso tempo. Cada era se caracteriza pela forma como se encontravam distribuídos os continentes e os oceanos, e pelo tipo de organismos que neles viviam. As eras geológicas são: Pré-Cambriana ou Proterozóica (a mais antiga), Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica (a mais recente).
As eras geológicas apresentaram as seguintes características:
• Era Primitiva ou Proterozóica ou Pré-Cambriana – Se dividiu em Períodos Arqueano e Algonquiano. Nessa era ocorreu à formação de grande parte das rochas que recobrem o planeta. Essa fase foi marcada por muitas erupções vulcânicas e terremotos. No final surgiram os primeiros seres vivos, nos fundos dos oceanos.
• Era Primária ou Paleozóica – Se dividiu em Períodos Cambriano, Ordoviciano, Siluriano, Devoniano, Carbonífero e Permiano. Durou mais de 380 milhões de anos. Os peixes proliferaram nos mares, enquanto grandes florestas cobriram boa parte do planeta.
• Era Secundária ou Mesozóica – Se dividiu em Períodos Triássico, Jurássico e Cretáceo. Durou cerca de 140 milhões de anos. Em meio a terremotos e erupções vulcânicas, apareceram répteis gigantescos, como os dinossauros e mais tarde, os primeiros mamíferos e aves.
• Era Cenozóica – iniciou-se há cerca de 60 milhões de anos, dividindo-se em dois períodos:
a) Período Terciário – quando os continentes assumiram a forma que hoje possuem. Nesse período, constituíram-se as grandes cordilheiras conhecidas atualmente (Himalaia, Andes, Alpes, Montanhas Rochosas e outras) e surgiram animais como o cavalo, o mamute e outros mamíferos.
b) Período Quaternário – abrange o ultimo milhão de anos, quando extensas camadas de gelo se formaram em torno do pólo norte, estendendo-se por grande parte da América do Norte, da Europa e da Ásia. Nesse período, deu-se o aparecimento do homem sobre a Terra.




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AS CAMADAS QUE COMPÕEM A TERRA
Durante o período de formação da Terra o planeta foi atingido por inúmeros meteoros de vários tamanhos, que elevaram substancialmente a temperatura da superfície, formando um grande oceano de magma incandescente. Os materiais mais pesados afundaram e formaram o NÚCLEO ou ENDOSFERA, os mais leves ficaram próximos a superfície, formando uma grande camada intermediária, conhecida como MANTO ou MESOSFERA e camada mais superficial formada por silício, alumínio e magnésio, conhecida como LITOSFERA ou CROSTA terrestre.
A crosta terrestre (LITOSFERA) pode ser dividida em Crosta Continental Superior (também conhecida como SIAL devido a sua formação por silício e alumínio) com aproximadamente de 15 a 25 km de espessura, a Crosta Continental Inferior (também conhecida por SIMA devido sua formação por silício e magnésio) com aproximadamente 30 a 35 km, a Crosta Oceânica que é formada por uma camada basílica que tem de 1 a 4 km de espessura e pela camada oceânica que tem cerca de 5 a 6 km de espessura.
Logo abaixo da litosfera, encontramos uma camada intermediária entre a crosta e o manto, denominada ASTENOSFERA, camada onde o material está quase sob estado de fusão e sobre o qual deslizam as placas tectônicas. Mais interiormente a MESOSFERA, também chamada de MANTO, podendo ser dividido em MANTO SUPERIOR e MANTO INFERIOR.
E a 2.900 Km de profundidade temos o NÚCLEO ou ENDOSFERA formado essencialmente por níquel e ferro (por isso também denominado NIFE), também dividido em NÚCLEO EXTERNO e NÚCLEO INTERNO.


IMAGEM 05
Através de investigações geofísicas através da propagação de ondas sísmicas, revelaram algumas alterações na velocidade dessas ondas indicando diferenças químicas entre uma camada e outra, a chamadas descontinuidades. Assim entre a Litosfera e a Astenosfera temos a descontinuidade de Mohorovicic e entre a Mesosfera e a Endosfera a descontinuidade de Gutemberg.

A crosta é formada por rochas e solos, podendo ser as rochas definidas como agrupamentos de compostos químicos minerais. Solos são a parte exterior da crosta que está em contato direto e indireto com os agentes naturais. Quanto à origem, as rochas podem ser classificadas em magmáticas, sedimentares ou metamórficas.
ROCHAS MAGMÁTICAS, CRISTALINAS OU IGNEAS

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ROCHA INTRUSIVA - GRANITO



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ROCHA EXTRUSIVA - BASALTO
• Rochas ígneas, cristalinas ou magmáticas – formam-se pelo resfriamento e solidificação dos minerais da crosta terrestre, que se encontram derretidos no interior da Terra, ou seja, o magma. Como os minerais ao passar do estado líquido para o sólido se agrupam, tendem a formar cristais, são também chamadas de rochas cristalinas, podendo ser classificadas de intrusivas ou plutônicas quando o magma se resfria lentamente no interior da Terra (ex.: cristais e pedras preciosas), ou extrusivas ou vulcânicas quando o magma se solidifica rapidamente na superfície, expelido pelas erupções vulcânicas (ex.: basalto).

ROCHAS METAMÓRFICAS


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• Rochas Metamórficas – são as que resultam da transformação de outras rochas, pela ação do calor ou da pressão do interior da Terra adquirindo outra estrutura. Essas transformações acontecem devido a pressão ou temperatura muito elevadas (ex.: mármore, gnaisse e ardósia).


ROCHAS SEDIMENTARES




IMAGEM 09 ROCHA SEDIMENTAR DETRÍTICA - ARENITO




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ROCHA SEDIMENTAR ORGÂNICA - CALCARIO


Rochas Sedimentares – São as que se formam por acumulação de materiais desgastados de outras rochas ou de restos de vegetais ou animais, através da compactação de sedimentos provenientes da erosão, do transporte e deposição de minerais (arenito e calcário). Podem ser de compactação de resíduos de outras rochas denominadas detrítica (arenito), orgânica (calcário e carvão) ou química (estalagmites e estalactites), por exemplo.

PRINCIPAIS FORMAS DE RELEVO

Dá-se o nome de relevo ao conjunto de formas da superfície da Terra, resultante da atuação simultânea de dois fatores: os agentes internos (abalos sísmicos e vulcanismo) que criam formas de relevo e os agentes externos (intemperismo e erosão) que os transformam.
O relevo terrestre apresenta uma grande variedade de formas, de primeira ou de segunda ordem. Assim em um planalto encontramos vales e colinas. As principais formas de relevo de primeira ordem são:



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• Montanhas – grandes elevações naturais da superfície da Terra. Um conjunto de montanhas alinhadas constitui uma serra ou cadeia e esta se for muito extensa e muito alta recebe o nome de cordilheira.




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• Planaltos – áreas elevadas e geralmente onduladas, que sofrem erosão constante. Ocorrem em qualquer altitude, mas são freqüentes acima dos duzentos metros.




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• Planícies – áreas geralmente planas, mais baixas que as formas vizinhas. Nas planícies ocorre um fenômeno oposto a erosão, pois elas recebem e acumulam restos de rochas trazidas de áreas próximas pela água ou pelo vento.




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• Depressões – Formas de relevo bem mais baixas que as que estão a sua volta. Chamamos depressão absoluta quando fica abaixo do nível do mar e depressão relativa quando fica acima do nível do mar, mas muito abaixo das formas ao seu redor.





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AS TRANSFORMAÇÕES DA CROSTA TERRESTRE

A crosta terrestre movimenta-se sem parar diariamente. Diariamente, os sismógrafos registram abalos sísmicos, sendo que a maior parte deles, não é percebida por nós. No entanto alguns são terríveis e abrem fendas no chão, estremecem casas e chegam mesmo a derrubar prédios inteiros. Esses grandes abalos são conhecidos como terremotos.
A litosfera é uma espécie de assoalho do planeta. Esse assoalho é dividido em placas, mais ou menos como cacos de cerâmica não cimentada. Essas placas são denominadas placas tectônicas e se deslocam com freqüência devido a forças existente no interior da Terra.
Nos limites dessa placas, tais forças provocam um movimento lateral que causam os terremotos. Além disso, há pontos fracos por onde as rochas quentes do interior, acabam escapando causando as erupções vulcânicas, liberando o magma (lava) do interior do planeta.
O Brasil por se encontrar inteiramente em cima e no meio de uma placa tectônica, possui rochas estáveis e está livre de terremotos e erupções vulcânicas.
Além desses fatores internos, também temos os fatores externos, causado pela erosão, que é o desgaste da superfície terrestre pela ação de vários agentes: São fatores externos:
• Erosão pluvial – causada pela chuva, provocando o desgaste do solo através de enxurradas.
• Erosão fluvial – causada pelas águas dos rios que escavam os leitos dos rios. Quanto maior a velocidade das águas, mais intensa a ação erosiva.
• Erosão eólica – causada pelo vento, porque transporta consigo partículas de areia. O impacto dessas partículas sobre as rochas provoca a erosão.
• Erosão glacial – causada pelas geleiras, que atua cavando depressões e realizando um trabalho de aplainamento do relevo.
• Erosão marinha – causada pelo mar, onde as ondas realizam um trabalho contínuo, destruindo as rochas nos litorais.
• Erosão antropogenética – causada pelo homem.




IMAGEM 16 Erosão do Vento(eólica)




IMAGEM 17 Erosão das Chuvas (pluvial)




IMAGEM 18 Erosão dos Rios (fluvial)




IMAGEM 19 Erosão Marinha




IMAGEM 20 Erosão Glacial (geleiras)




IMAGEM 21 Erosão Antropogênica (homem)


Temos também a Acumulação que é um trabalho construtivo da erosão, para onde são levados os sedimentos retirados e carregados pelas forças das águas (chuva, rios, geleiras, mares e oceanos) e dos ventos, geralmente depositando-os nas áreas mais baixas da superfície terrestre. Assim aqueles agentes transportam esses sedimentos desgastados dos relevos mais altos e depositam nas costas mais baixas do continente.
A ORIGEM DOS CONTINENTES
A atual configuração dos continentes na superfície da Terra, originou-se de um processo que resultou na fragmentação e no afastamento das terras emersas a partir de um bloco único chamado Pangéia.
Duas teorias que se complementam, procuram explicar este processo, responsável pela formação do relevo terrestre e pelas transformações da crosta terrestre.


TEORIA DA DERIVA DOS CONTINENTES




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Segundo Wegener originalmente havia uma única grande massa continental denominada Pangéia, cercada por um único oceano, chamado Pantalassa.
Há 135 milhões de anos, o supercontinente começa a rachar e quebrar-se sucessivamente. A primeira divisão formou-se dois continentes: a Laurásia ao norte e Gondwana ao sul. A partir daí as divisões foram ocorrendo até atingirem a configuração atual.
Wegener não conseguiu provar todas as suas idéias, no entanto as maiores evidências eram as identidades geológicas, de vida animal e vegetal existente entre os continentes. Essas evidências apareciam entre América do Sul e a África, entre a América do Sul e a Austrália, entre a Europa e a América do Norte e entre a África e a Índia.





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TEORIA DAS PLACAS TECTÔNICAS




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Na década de 1960, os geólogos americanos Harry Hess e Robert Dietz, conseguiram explicar como os continentes se moviam, depois da descoberta de que as rochas situadas no centro do assoalho submarino são mais recentes do que as que se encontram nas bordas dos continentes, concluindo que verdadeiras esteiras rolantes na crosta oceânica são responsáveis pela movimentação das placas tectônicas.
Ao longo das grandes cordilheiras submarinas, chamadas de dorsais oceânicas, abrem-se fendas por onde passa o material magmático, que após esfriar-se em contato com água fria, forma uma nova crosta, causando a expansão do fundo do mar.
Segundo esta teoria, a crosta terrestre está dividida em placas que flutuam sobre um mar pastoso de lava fervente. As maiores placas tectônicas são: Americana (que se divide em Placa Norte Americana e Sul Americana), do Pacífico, da Antártida, Indo-australiana, Euro-asiática e a Africana. Existem outras menores como a Nazca, a do Caribe, a de Cocos, a da Grécia, a Arábica, a da Anatólia, a Iraniana e a das Filipinas.
Como vimos, os continentes e oceanos movem-se, sendo que os continentes movimentam-se cerca de um centímetro por ano e os oceanos formam e se expandem nesta mesma velocidade, criando novas costas.
É justamente na região de encontro entre uma placa e outra que ocorrem zonas de vulcanismo, abalos sísmicos e as conseqüentes modificações no relevo terrestre. Por isso é que as regiões mais sujeitas ao vulcanismo e terremotos como o Japão, a Califórnia nos EUA, o México, sul e sudeste da Ásia, entre outras, estão situadas nos limites e bordas das placas tectônicas. As áreas mais estáveis, como o Brasil, localizam-se no interior e centro das placas, longe de suas extremidades.




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ESTRUTURA GEOLÓGICA


Estrutura geológica é o conjunto de diferentes rochas de um lugar e os vários processos geológicos sofridos por elas e que dão aos terrenos desse lugar uma característica própria. Temos três tipos básicos de estruturas geológicas no planeta: escudos cristalinos, faixas orogênicas ou dobramentos e bacias sedimentares.
ESCUDOS CRISTALINOS – São uma estrutura geológica muito antiga que sofreram forte processo erosivo apresentando-se desgastadas e baixas altitudes. Quando expostas à ação dos agentes erosivos são chamadas de ESCUDOS CRISTALINOS, e quando estão recobertas por sedimentos são denominados EMBASAMENTOS CRISTALINOS. São exemplos de escudos cristalinos o Planalto das Guianas, o Planalto Brasileiro, o Planalto Canadense, o Planalto Siberiano.
BACIAS SEDIMENTARES – São estruturas geológicas que formadas por processos de acumulação de sedimentos decorrentes do transporte de agentes externos de formação do relevo (chuva, vento, rios, mares), ou seja, a erosão. São exemplos de Bacias Sedimentares, as Planícies de todo o mundo.
FAIXAS OROGÊNICAS OU DOBRAMENTOS – São estruturas geológicas produzidas por movimentos internos da crosta terrestre, resultante de pressões horizontais ou verticais do interior da Terra, dando origem assim as Montanhas. Podem ser divididos em Dobramentos Antigos ou Dobramentos Modernos, dependendo pela antiguidade de sua formação.

FATORES INTERNOS QUE MODIFICAM O RELEVO
Como fatores internos que modificam o relevo temos o Tectonismo, os Abalos Sísmicos e o Vulcanismo.
TECTONISMO compreende todos os movimentos que deslocam e deformam as rochas que constituem a crosta terrestre. Sua principal diferença dos abalos sísmicos é que agem de forma lenta e prolongadamente na crosta terrestre, de maneira pouco intensa. São responsáveis pelas dobras e fraturas no relevo do planeta.
VULCANISMO compreende os fatos e fenômenos geográficos que levam ao extravasamento do magma no interior da Terra até a superfície, sendo que sua manifestação típica é o cone vulcânico e o amontoado de pó, cinzas e lavas formadas pelas erupções.
ABALOS SÍSMICOS – compreende os movimentos horizontais e verticais de grande intensidade e curta duração, que deslocam e deformam a rochas que constituem a crosta terrestre, provocando ondas vibratórias que se espalham em várias direções, provocando a ruptura e acomodação da crosta terrestre, causando os terremotos e maremotos. Ocorrem geralmente nas regiões próximas as bordas das placas tectônicas.
Os limites das placas tectônicas, ou seja, os pontos de encontro entre elas, estão em movimento gerando em um tipo de atividade geológica. Assim os limites das placas podem ser: Limites Convergentes e/ou Zonas de Subducção, Limites Divergentes ou Cristas em Expansão e Limites Tangenciais ou Transformantes.




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LIMITES CONVERGENTES E/OU ZONAS DE SUBDUCÇÃO - são aquelas áreas onde as placas tectônicas convergem (deslocam-se em direção uma da outra) e colidem entre si. Quando de densidades diferentes (uma placa oceânica e outra continental) a primeira mergulha por baixo da segunda denominado limite de SUBDUCÇÃO. Temos também aquelas que apresentam mesma densidade (placa continental e placa continental) e quando chocam-se dobram na superfície enrugando formando as grandes cadeias montanhosas ou dobramentos na superfície da Terra. Esse tipo de limite é denominado de ZONA DE CONVERGÊNCIA.



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LIMITES DIVERGENTES OU CRISTAS DE EXPANSÃO - nessas áreas as placas tectônicas estão em processo de separação liberando o material magmático que escapa pelas frestas abertas na litosfera no fundo dos oceanos, formando um novo assoalho submarino (oceânico) e as Cordilheiras Meso-oceânicas (montanhas submarinas).




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LIMITES TRANSFORMANTES OU TANGENCIAIS – nessas áreas não há convergência ou divergência entre as placas tectônicas, não havendo nem construção, nem destruição da crosta terrestre, pois as placas deslizam horizontalmente (paralelamente) ao lado da outra, formando uma linha conhecida como falha de transformação, podendo causar grandes terremotos na superfície terrestre.





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Os terremotos ocorrem com bastante freqüência nos limites das placas tectônicas. Áreas como o lado oeste da América do Sul estão sobre área de compressão de placas. O lado oeste da África, por exemplo, está sobre o centro de uma placa e os movimentos tectônicos não se manifestam. Os Alpes originaram-se da colisão da placa da África com a da Europa. Há restos de crosta oceânica ali, indicando que havia um oceano onde agora há uma cadeia de montanhas. O mesmo acontece na região do Himalaia, causado pela colisão das placas da Índia e da Ásia.
O ponto crucial para o desenvolvimento da teoria da Deriva Continental, que na sua essência significa movimentação dos continentes, ou ainda que as placas se movem, é que a Terra não é estática.
• Há 400 milhões de anos havia o Pangéia, que reunia todas as terras num único continente
• Há 60 milhões de anos a Terra assume a atual conformação e posição dos continentes.

Atualmente, a África e a América do Sul se afastam 7 cm por ano, ampliando a área ocupada pelo oceano Atlântico. O mar Vermelho está se alargando. A África migra na direção da Europa. A região nordeste da África está se partindo.
Placa oceânica é o nome que designa as placas que se encontram submersas pelos oceanos, enquanto placa continental é o nome dado para designar as placas localizadas sob os continentes.
Existem várias placas tectônicas de diferentes tamanhos, porém as mais importantes são:
a) Placa Africana: Abrange todo o continente africano e através de sua colisão com a placa Euroasiática surgiu o Mar Mediterrâneo e o Vale do Rift;
b) Placa da Antártida: Abrange toda a Antártida e a região austral dos oceanos;
c) Placa Euroasiática: Abrange o continente europeu e asiático, exceto a Índia, Arábia e parte da Sibéria. Inclui a parte oriental do Oceano Atlântico norte;
d) Placa Norte-Americana: Abrange a América do Norte, parte ocidental do Oceano Atlântico norte, uma parte do Oceano Glacial Ártico e parte da Sibéria;
e) Placa Sul-Americana: Abrange a América do Sul e o leste da Crista Oceânica do Atlântico;
f) Placa do Pacífico: Abrange a maior parte do Oceano Pacífico e através de sua colisão com a Placa da Antártida surgiu a Placa Pacífico-Antártica;
g) Placa Indo-Australiana: Abrange a Placa Australiana e a Placa Indiana. Também abrange grande parte do Oceano Índico e parte do Himalaia.





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É importante ressaltar que este resumo é apenas para aprofundamento dos estudos, não substituindo os textos do livro didático, nem as explicações e anotações em sala de aula. Leia, anote as dúvidas e leve para a sala de aula para maior entendimento da matéria. Bons estudos.

Prof. Décio - Geografia
http://conexaogeografia.hdfree.com.br/estrutura_geologica.htm